segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Quando o medo da decepção pode nos sabotar

Eu adoro um filme independente. Gosto bastante. Mesmo que o gênero tenha virado uma espécie de clichê no meio cinematográfico, especialmente no cinema americano, eu me arrisco e vejo qualquer um do estilo. Quando vi que a incrível Julia Louis-Dreyfus, mais conhecida por interpretar Elaine na obra prima Seinfeld, e arrasar na pele de Cristine em The New Adventures of Old Cristine, protagonizou uma “dramédia” após 17 anos sem atuar no cinema, não pude deixar de conferir. "À procura do amor", ou melhor, "Enough Said", nome original, entrou para a minha listinha. No entanto, só fui assistir quando estreou no Telecine, em uma segunda tediosa.


O longa conta a história de Eva (Julia Louis-Dreyfus), uma massagista divorciada e mãe solteira que teme a partida da sua filha para a faculdade. Ela logo começa um romance com Albert (James Gandolfini), um homem engraçado que está vivendo um momento muito parecido com o seu. Só que esse relacionamento será ameaçado com a chegada de sua nova cliente, Marianne (Catherine Keener), que é também ex-mulher de Albert.

O que os dois têm em comum? A tal da síndrome do ninho vazio, como é chamada nos Estados Unidos. O “ritual”, muito mais comum neste país, acontece normalmente quando os filhos, aos 18 anos, saem de casa para morar na faculdade. Este foi um fator em comum que aproximou ainda mais os dois.


É quase redundante falar que as atuações dos protagonistas são maravilhosas. Naturais, como a cartilha do cinema independente pede, Dreyfus e Gandolfini têm uma química excelente e sem esforço. O timing cômico de Julia aqui é mais que visível e a atriz se sai muito bem também nas cenas mais dramáticas. James, que faleceu após concluir o filme, e foi muito famoso por interpretar o mafioso Tony em Os Sopranos, está leve, confortável em seu papel. Algo que não imaginaríamos quando pensamos neste ator. Versatilidade é tudo.  


O filme narra a história de amor entre pessoas maduras, divorciadas. Uma sinopse que requer um público específico? É aí que você se engana. A história é universal. Afinal, existe coisa mais humana que sabotar os possíveis futuros relacionamentos por medo de sofrer? Acredito que não. Não entendeu o que isso tem a ver com o filme? Então assista. Duvido que vá se arrepender.


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