Após alguns
anos sem dirigir filmes, Tarantino faz seu retorno triunfal com esse grande sucesso de público e
crítica. Novamente trabalhando com sua musa Uma Thurman, esta mistura de
gêneros é o primeiro dos dois filmes que contam a história da protagonista “A
Noiva”. A Noiva (Uma Thurman) é uma perigosa assassina, que trabalha em um
grupo liderado por Bill (David
Carradine) e que é composto principalmente por mulheres. Ela está prestes a
se casar, mas no dia de seu casamento, Bill e suas companheiras de
trabalho se voltam contra ela, quase a matando. Ela fica 5 anos em coma, até
despertar com um único desejo: vingança.
Partindo
de uma perspectiva não linear, o filme narra historia de “A Noiva” que busca
vingança pelo massacre no dia de seu casamento, que resultou em seu coma.
Logo
na primeira cena, vemos “A Noiva” chegando a uma casa para matar uma mulher.
Até então não sabemos nada de sua história. No frenético segmento há uma briga
entre as duas, cheia de sangue e violência à moda Tarantino. Nada de
"briga de mulherzinha" com puxões de cabelo. É tudo profissional.
A
partir de então o filme vai acontecendo em uma sequência de flashbacks e idas
ao futuro, deixando o espectador intrigado quanto à história. A busca da
protagonista é matar as pessoas do grupo assassino liderado por Bill (que era
seu amante) e do qual ela fazia parte. Como ela abandonou o grupo, Bill decidiu
vingar sua fuga através desse massacre.
Em
referência aos filmes de samurai, o longa ao mesmo tempo em que satiriza, é uma
homenagem ao gênero. As cenas coreografadas perfeitamente são um deleite para o
público que gosta de filmes cheios de socos e sangue, chegando a ser cômicas,
devido ao seu grande grau de violência. Outro ponto alto do filme é sua trilha
sonora. A música traz toda tensão transformando as cenas em pura catarse. É o
caso da famosa sequência em que a personagem de Darryl Hannah caminha calmamente pelo corredor
do hospital para matar “A Noiva” ao som de “The Killer’s Song”. A cena resulta
numa mistura de sensualidade e fatalidade. A personagem é a típica femme
fatalle.
Destaca-se
também a atuação da ótima Uma Thurman. O filme que foi roteirizado baseado na
personagem criada por Tarantino e pela atriz, se encaixa perfeitamente em sua
carreira. Depois do sucesso da parceria com Thurman em “Pulp Fiction”, é nesse filme
que a relação do diretor com sua musa é consagrada.