A sinopse conta brevemente sobre um tema que até na
década de 1960 era mal visto no cinema: a repressão sexual. Deanie, uma garota
de família humilde, foi criada pela mãe, de maneira que o sexo era apenas uma
forma de reprodução. Bud, de família rica, ama Deanie, mas luta contra suas
vontades e quer algo mais do que apenas os beijos a que eles se limitam.
Vale ressaltar a irmã de Bud, uma jovem à frente de
seu tempo, que namorava bastante, bebia muito e não se adequava às regras da
sociedade da época.
Desejando se casar com Deanie (ambos estavam no último
ano da escola), Bud propõe a ideia ao pai, que resiste. Ele quer que Bud vá
para Yale e, após os quatro anos de curso, volte e se case com ela. A moça
decide esperar pelo namorado, mas nem tudo caminha conforme o planejado.
Sem controle sobre seus impulsos reprimidos, Bud
decide terminar com Deanie para, como seu pai aconselha, procurar uma moça mais
fácil que o satisfaça rapidamente.
E é justamente isso que ocorre. O resultado é péssimo,
pois Deanie se desequilibra emocionalmente, entrando em estado de depressão
profunda.
Sobre a história, me limito até esse ponto. Muitas
situações acontecem depois e o filme se desenvolve brilhantemente. Vale a pena
se surpreender com os fatos ao decorrer da película.
Após o ótimo e também polêmico "Uma Rua chamada Pecado",
Kazan repete sua crítica à hipocrisia da sociedade, que resulta em filmes de
qualidade. O desempenho de seus atores é sempre muito bom. E aqui quem
sobressai é Natalie Wood. O filme é dela, que inclusive recebeu uma indicação
ao Oscar na categoria de melhor atriz. Todas as nuances de sua personagem são
bem trabalhadas. Além dela, Warren Beatty, em seu primeiro filme, surpreende
com sua atuação realista para um novato no cinema.
É de enorme satisfação ver um filme feito há 50 anos e
que, mesmo assim, permanece atual. O longa recebeu o Oscar de melhor
roteiro original.
Para fechar, cito o que é para mim a melhor cena do
filme. É o momento em que Deanie explica na sala de aula o poema de William
Wordsworth, que um de seus trechos dá título ao filme: Splendor in the grass:
"What though the radiance which was once so bright
Be now for ever taken from my sight,
Though nothing can bring back the hour
Of splendor in the grass, of glory in the flower;
We will grieve not, rather find
Strength in what remains behind..."