domingo, 27 de março de 2011

A família que todos nós temos...




Meu post de estreia será em homenagem à maravilhosa e, agora saudosa, Elizabeth Taylor. Sou amante de filmes antigos e tudo o que remete às décadas passadas, época de ouro do cinema. 
Com sua morte, o canal TCM passou este sábado uma série de filmes da diva e eu, que adoro clássicos, vi pela primeira vez Gata em Teto de Zinco Quente.Baseado na obra do grande dramaturgo Tennessee Williams, o filme é um drama que fala sobre relações familiares. 
E como eu já imaginava, o longa é sensacional! Os diálogos e as atuações são seus pontos fortes. Paul Newman, além de lindo, dá um show como o orgulhoso e amargurado Brick Pollitt, um ex-famoso jogador de futebol americano.
Antes da análise, a sinopse. Brick (Paul Newman), um ex-famoso jogador de futebol americano, agora alcoólico pela vergonha, nega sua bela esposa (Elizabeth Taylor), a quem culpa, por causa de um incidente com seu amigo de campo Skipper, de ter abandonado sua carreira profissional. Brick também não quer saber de seu pai Harvey – ou “Big Daddy”, como todos o chamam, interpretado por Burl Ives -, que está morrendo de câncer, pois ambos nunca tiveram um diálogo aberto e são demasiado orgulhosos para se tornarem amigos nessa altura da vida. Porém, no dia do aniversário de Harvey toda a família está reunida, incluindo seu irmão advogado, e nesse dia segredos serão desenterrados e verdades serão ditas entre todos os presentes à festa.
As interpretações de todo o elenco estão ótimas. Mas os destaques vão para Liz Taylor, Paul Newman e Burl Ives. Provavelmente devido à intensa carga dramática de seus personagens. Mas é claro, não vamos tirar os créditos desse excelente trio. A química entre os intérpretes de pai e filho é ótima e a cena que eles finalmente deixam o orgulho de lado para uma franca conversa é maravilhosa. Liz também mostra que além de linda, foi uma atriz de primeiro escalão e sua intensidade é comovente. Burl também nos encanta como o patriarca que ignora sua grave doença. Realmente fantástico! 
Uma curiosidade é que a sinopse do filme teve de ser alterada por causa do teor homossexual, que na década de 1950 era censurado. Na peça teatral, insinua-se que Brick ficou amargurado porque amava seu melhor amigo. Já no filme, apesar de esnobar sua esposa, Brick ainda a ama, mas é muito orgulhoso para demonstrar. Provavelmente foi por causa dessa alteração que Tennessee Williams, que era homossexual, desacreditou no sucesso do filme.
Deixando as polêmicas de lado, mesmo com uma alteração desse nível, o filme se sustenta até o final e a história é revelada conforme seu andamento. As situações familiares são tão verossímeis que é possível se identificar com essa família. Afinal, conflitos familiares são universais.
Enfim, um clássico que merece ser visto e revisto. Para quem ama cinema, é obrigatório!